quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Mal do Século

Todo mundo já sabe que o grande mal do século 21 não é câncer nem fome...é mal de amor...sofrer por amor é a moda, o último e perpétuo grito. Parece que estamos num momento neo-romântico, neo-gótico, neo-emo.
Todo o pêlo que os hippies deixaram crescer embaixo de seus suvacos em nome do amor livre, liberdade, sexo grupal, caiu por terra na depilação careta dos anos 2000. Próximos do máximo de tecnologia em comunicação, o ser humano se encolhe no medo de se entregar, e isola-se. Ficamos presos em códigos de estética, de relacionamento, de comportamento...que saco. Troca-se de parceiro insanamente, esperando sempre trombar com alguém melhor, mais bonito, mais descolado...E com isso só atraímos sofrimento...
Querido Ricardo, meu amor me deixou na porta do mercado de carne e eu não sei o que fazer. Perdi a fé na humanidade e no amor, e só faço sofrer como uma heroína de romance do século 19. Ninguém mais me interessa, e eu não consigo esquecer nossos momentos truffaut...sabe, cinema de mãos dadas, sexo em todos os cantos, na chuva, na rua ou na casinha de sapé, leituras na cama, aquelas coisas fofas de casal...depois que ele me abandonou chorei tanto que meu rosto adquiriu marcas que não tinha, um horror! Chorei e continuo chorando, pois os encontros de amor são raros. Ser solteira no Rio de Janeiro, São Paulo ou New York significa ter que beber demais, cair em roubadas, receber cantadas de gente nada a ver, gastar dinheiro demais com roupas, cosméticos e baladas e no final perceber que single is the new black!!
Melhor ser solteira do que mal amada e flanar por aí com sua tristeza, procurando bares que aceitem tranquilamente mulheres sozinhas encostadas no balcão bebendo para esquecer suas dores ...quem abrir um estabelecimento assim friendly com as moças e nem tão moças assim fica rico!
beijos meu rei.
Diana